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Sebastião Salgado dispensa
apresentações. Qualquer interessado por fotografia certamente já ouviu
falar seu nome ou ao menos conhece ao um pouco de sua carreira.
Brasileiro do mundo, nascido em Aimorés, cidade do interior de Minas
Gerais em fevereiro de 1944, esse é um dos fotógrafos mais respeitados
da atualidade, reconhecido mundialmente por seu estilo único de retratar
em preto e branco.
Único filho entre oito mulheres, traçou
seu destino para seguir a carreira de economista. Graduado e mestre pela
USP em 1967, tornou-se doutor no assunto em Paris pela Escola Nacional
de Estatísticas Econômicas. Foi através da Organização Internacional do
Café que sua vida se transformou por completo e seu destino cruzou
outras possibilidades.
Depois de precisar fazer uma viagem de
trabalho ao continente africano aos 29 anos e levar a câmera de sua
esposa, Sebastião percebeu que a melhor maneira de descrever a realidade
econômica da Angola não era por meio de textos ou gráficos, mas por
imagens. Assim, tornou a câmera fotográfica um instrumento de testemunho
da sua consciência como ser humano e da sua vontade de fazer algo útil
para o mundo. Ao retornar da viagem, trocou definitivamente os números
pela fotografia. Trabalhou como freelancer e passou pelas principais
agências de fotografia da Europa: a Gamma (1974), onde registrou a
Revolução dos Cravos, em Portugal; a Sygma (de 1975 a 1979), viajando
por mais de vinte países fazendo a cobertura de acontecimentos
importantíssimos da época.
Apesar de exímio fotojornalista, sua
vocação não era ir atrás de breaking news. Para Sebastião, uma única
imagem não era capaz de resumir a complexidade de uma situação; ele
sempre via necessidade de algo mais para tornar o objeto de seu trabalho
algo valioso e compreensível. Assim, tornou as séries fotográficas algo
muito característico de sua personalidade, que o levaram rapidamente a
ser membro da respeitada Agência Magnun em 1979.
Desde o começo, Salgado retratou os que
se encontravam à margem da sociedade, os excluídos e esquecidos. É por
isso que sua fotografia é surpreendente, verdadeira e real, mostrando
aquilo que muitos se recusam a encarar. Seu preto e branco arde dentro
da alma, clama por soluções e compartilha a dor, a miséria e a fome.
Sebastião documentou os camponeses
latino-americanos por sete anos, o que deu luz ao seu primeiro livro,
“Outras Américas” (1986). No mesmo ano, lançou "Sahel: O Homem em
Pânico", com fotografias da colaboração com a ONG dos Médicos Sem
Fronteiras. De 1986 a 1992, sua câmera se voltou aos trabalhadores de
todo o mundo, trabalho que resultou numa de suas maiores exposições,
“Workers”.
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