sábado, 5 de abril de 2014

Mestres da Fotografia: Sebastião Salgado.

Escrito por Francine de Mattos
Site: http://fotografeumaideia.com.br

Sebastião Salgado dispensa apresentações. Qualquer interessado por fotografia certamente já ouviu falar seu nome ou ao menos conhece ao um pouco de sua carreira. Brasileiro do mundo, nascido em Aimorés, cidade do interior de Minas Gerais em fevereiro de 1944, esse é um dos fotógrafos mais respeitados da atualidade, reconhecido mundialmente por seu estilo único de retratar em preto e branco.
Único filho entre oito mulheres, traçou seu destino para seguir a carreira de economista. Graduado e mestre pela USP em 1967, tornou-se doutor no assunto em Paris pela Escola Nacional de Estatísticas Econômicas. Foi através da Organização Internacional do Café que sua vida se transformou por completo e seu destino cruzou outras possibilidades.
Depois de precisar fazer uma viagem de trabalho ao continente africano aos 29 anos e levar a câmera de sua esposa, Sebastião percebeu que a melhor maneira de descrever a realidade econômica da Angola não era por meio de textos ou gráficos, mas por imagens. Assim, tornou a câmera fotográfica um instrumento de testemunho da sua consciência como ser humano e da sua vontade de fazer algo útil para o mundo. Ao retornar da viagem, trocou definitivamente os números pela fotografia. Trabalhou como freelancer e passou pelas principais agências de fotografia da Europa: a Gamma (1974), onde registrou a Revolução dos Cravos, em Portugal; a Sygma (de 1975 a 1979), viajando por mais de vinte países fazendo a cobertura de acontecimentos importantíssimos da época.
Apesar de exímio fotojornalista, sua vocação não era ir atrás de breaking news. Para Sebastião, uma única imagem não era capaz de resumir a complexidade de uma situação; ele sempre via necessidade de algo mais para tornar o objeto de seu trabalho algo valioso e compreensível. Assim, tornou as séries fotográficas algo muito característico de sua personalidade, que o levaram rapidamente a ser membro da respeitada Agência Magnun em 1979.
Desde o começo, Salgado retratou os que se encontravam à margem da sociedade, os excluídos e esquecidos. É por isso que sua fotografia é surpreendente, verdadeira e real, mostrando aquilo que muitos se recusam a encarar. Seu preto e branco arde dentro da alma, clama por soluções e compartilha a dor, a miséria e a fome.
Sebastião documentou os camponeses latino-americanos por sete anos, o que deu luz ao seu primeiro livro, “Outras Américas” (1986). No mesmo ano, lançou "Sahel: O Homem em Pânico", com fotografias da colaboração com a ONG dos Médicos Sem Fronteiras. De 1986 a 1992, sua câmera se voltou aos trabalhadores de todo o mundo, trabalho que resultou numa de suas maiores exposições, “Workers”.

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