“A impressão que eu tenho é de não ter envelhecido, embora eu esteja
instalada na velhice. O tempo é irrealizável. Provisoriamente, o tempo
parou para mim. Provisoriamente. Mas eu não ignoro as ameaças que o
futuro encerra, como também não ignoro que é o meu passado que define a
minha abertura para o futuro. O meu passado é a referência que me
projeta e que eu devo ultrapassar. Portanto, ao meu passado eu devo o
meu saber e a minha ignorância, as minhas necessidades, as minhas
relações, a minha cultura e o meu corpo. Que espaço o meu passado deixa
para a minha liberdade hoje? Não sou escrava dele. O que eu sempre quis
foi comunicar da maneira mais direta o sabor da minha vida. Unicamente, o
sabor da minha vida. "
Estas palavras, o recitar de Fernanda, levaram-me a "comunicar da maneira mais direta o sabor da minha vida" através das fotografias. A fotografia e Arte da Sensibilidade que exprime a beleza das cores, que envolve os olhares presentes e passados. Me reportar ao ontem, ao momento único da fotografia que não mais voltará, me fez compreender as palavras de Simone: é o meu passado que define a
minha abertura para o futuro e mais, o meu passado é a referência que me
projeta e que eu devo ultrapassar.
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